DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DE MODELOS DE DETECÇÃO AUTOMÁTICA DE FRONTEIRAS PROSÓDICAS NA FALA ESPONTÂNEA

Bárbara Teixeira, Tommaso Raso, Plínio Almeida Barbosa

Resumo


A fala é segmentada em unidades entonacionais marcadas por fronteiras prosódicas por motivos cognitivos e linguísticos. Este trabalho tem como objetivo: investigar os parâmetros fonético-acústicos que orientam a produção e percepção de fronteiras prosódicas; desenvolver uma ferramenta de detecção automática das fronteiras. Duas amostras de trechos de fala espontânea monológica masculina foram segmentadas em unidades entonacionais por dois grupos de segmentadores treinados. As fronteiras prosódicas percebidas pelos segmentadores foram anotadas como terminais (conclusivas) ou não-terminais (não-conclusivas). Um script do Praat foi utilizado para extrair automaticamente parâmetros fonético-acústicos ao longo do sinal sonoro. Desenvolveu-se um treinamento de modelos compostos pela combinação de múltiplos parâmetros destinados à identificação automática de fronteiras marcadas pelos segmentadores. Utilizou-se o algoritmo Linear Discriminant Analysis (LDA) e considerou-se como fronteira prosódica posições em que pelo menos 50% dos segmentadores indicaram uma fronteira do mesmo tipo. O modelo de detecção automática de fronteiras terminais apresenta uma convergência de 80% em relação às fronteiras terminais marcadas pelos segmentadores na amostra I. Para as fronteiras não-terminais, foram obtidos três modelos de classificação estatística. Juntos, os três modelos apresentam uma convergência de 98% em relação às fronteiras não-terminais indicadas pelos segmentadores na amostra I. Os modelos foram validados posteriormente na amostra II. Os resultados da validação indicam que o desempenho do modelo dedicado às fronteiras terminais é de 75% acerto na segunda base de dados. Os modelos para as fronteiras não-terminais identificam 88% das fronteiras não-terminais marcadas na amostra II.


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