Anotações sobre Walter Benjamin e as teias constituídas entre fotografia e imaginário/ Writings about Walter Benjamin and webs between photography and imaginary

Cláudia Mariza Mattos Brandão

Resumo


Resumo: O estabelecimento de relações entre Fotografia e Imaginário impulsionam ponderações acerca dos abundantes modos de olhar, interpretar e narrar o mundo. O artigo parte dessa ideia para discutir sobre a dinâmica das imagens e dos símbolos como propulsores de outras narrativas ou discursos, com base nas ideias de Walter Benjamin sobre narrações/narradores. 
Considerando que as imagens são matérias dinâmicas, derivadas da nossa participação ativa no mundo, é possível afirmar que elas expõem nosso pensar no âmbito das emoções, confrontado com nossas ações. Assim sendo, pondero sobre o fotógrafo como um narrador estranhado e entranhado, para quem o
conhecimento assume a forma de expressão poética/simbólica, na compreensão da importância de ir contra qualquer interpretação dada como última ou definitiva, como quer Benjamin. A fotografia entendida como narração e vida, campo de luta entre o presente, o passado e o futuro, demarca também mais um diálogo filosófico com Walter Benjamin, que no seu clássico texto “A obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica” postula a relação da fotografia e do cinema como modos “modernos” de expressão, desenvolvidos e utilizados de acordo com as demandas e as possibilidades de uma modernidade desconexa, fragmentária e efêmera. Tais referências, aproximadas das teorias do
imaginário, estruturam o conceito de “crônica visual narrativa”, na consideração de que fotografias derivam de atos comunicativos, através dos quais os sujeitos partilham visões de mundo. Essas ideias resultaram em tese doutoral.

Palavras-chave: Walter Benjamin; Fotografia; Imaginário.

Abstract: Establishing relations between photography and imaginary triggers thoughts about several ways of seeing, interpreting and narrative the world. This paper uses this idea to discuss the dynamics of images and symbols as propellers of other narratives or discourses based on Walter Benjamin’s ideas about narratives/narrators. Considering that images are dynamic matter, which derives from our active participation in the world, we may state that they expose our emotional thinking, by comparison with our actions. Therefore, I ponder on a photographer as a narrator who is estranged and entangled, whose knowledge takes the form of poetic/symbolic expression, in the source for understanding the importance of disagreeing with any interpretation that is posed as the last or definitive, as proposed by Benjamin. Photography, as narrative and life, battlefield between of present, past and future, also limits a philosophical dialogue with Walter Benjamin, who, in his classic text “The work of art in the age of mechanical reproduction”, defends the relation between photography and movies. Both are modern ways of expression which are developed and used in agreement with demands and possibilities of a disconnected, fragmented and
ephemerous modernity. Such references, related to the theories of imaginary, form the concept of “narrative visual chronicle”, considering that photographies derive from communicative acts which enable subjects to share world perspectives. These ideas resulted in a doctoral dissertation.

Keywords: Walter Benjamin; Photography; Imaginary.


Palavras-chave


Walter Benjamin; Fotografia; Imaginário.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2179-8478.14.2.35-47

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Cadernos Benjaminianos
ISSN 2179-8478 (eletrônica)

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