Lições sobre a sintaxe histórica do infinitivo português

Marcos Martinho dos Santos

Resumo


Resumo: Exponho a sintaxe histórica do infinitivo final e do infinitivo objetivo do português, partindo da sintaxe histórica do infinitivo latino. Este, originalmente forma nominal pura, isto é, ablativo ou dativo de nome de ação, emprega-se como adjunto adverbial de finalidade. Tratado posteriormente como nome neutro indeclinável, passa a construir-se como objeto direto. Ilustro a exposição com exemplos de autores da língua latina e portuguesa; em particular da Demanda do Santo Graal e de Os Lusíadas de Camões.
Palavras-chave: Sintaxe histórica do infinitivo português; infinitivo final; infinitivo objetivo.

Abstract: I deal with the historical syntax of the infinitive of purpose and complementary infinitive in Portuguese. In order to do that, I begin with the historical syntax of the Latin infinitive. This infinitive originally is a pure noun form, or rather, an ablative or dative of an action name, so that it is used to indicate the purpose of the verbal action. It subsequently is treated as an indeclinable neuter noun, so that it completes the meaning of a verb. I illustrate my exposition by quoting from many authors in Latin and in Portuguese, mostly, from the Demanda do Santo Graal and Camões’ Os Lusíadas.
Keywords: Historical syntax of Portuguese infinitive; infinitive of purpose; complementary infinitive.


Texto completo:

PDF

Referências


BARRETO, M. Novíssimos estudos da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Presença / INL-FCRB-MEC, 1980.

BASSOLS DE CLIMENT, M. Sintaxis latina. Madrid: C.S.I.C., 1987. 2 v.

BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. Rio de Janeiro: Padrão, 1988.

BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1992.

BUCK, C. D. Comparative grammar of greek and latin. Chicago: The University of Chicago Press, 1962.

CAMÕES, L. de. Os Lusíadas. Reprodução paralela de duas edições de 1572 [fac-símile]. Comissão da Academia das Ciências de Lisboa para a edição crítica de Os Lusíadas. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1982.

COUTINHO, I. L. Pontos de gramática histórica. 6. ed. 7. imp. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1974.

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 2. ed. 6. imp. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

DEMANDA do Santo Graal. Edição crítica de Joseph-Maria Piel e Irene Freire Nunes. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1988.

DIAS, E. S. Syntaxe historica portuguesa. Lisboa: Livraria Clássica, 1933.

ERNOUT, A. Morphologie historique du latin. Paris: Klincksieck, 1974.

ERNOUT, A.; THOMAS, F. Syntaxe latine. Paris: Klincksieck, 1953.

GRANDGENT, C. H. Introducción al latín vulgar. Madrid: C.S.I.C., 1952.

LIMA, R. Gramática normativa da língua portuguesa. 18. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976.

MAURER JR, T. H. Gramática do latim vulgar. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1959.

MEILLET, A.; VENDRYES, J. Traité de grammaire comparée des langues classiques. Paris: Honoré Champion, 1979.

NUNES, J. J. Compêndio de gramática histórica portuguesa. Lisboa: Livraria Clássica, 1956.

PEREIRA, E. C. Grammatica historica. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1919.

RIEMANN, O. Syntaxe latine. 7. ed. Paris: Klincksieck, 1942.

SAID ALI, M. Gramatica historica da língua portuguêsa. São Paulo: Melhoramentos, 1966.

SAID ALI, M. Grammatica secundaria da lingua portugueza. São Paulo: Melhoramentos, s/d.

VÄÄNÄNEN, V. Introducción al latín vulgar. Madrid: Gredos, 1975.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2238-3824.17.2.187-208

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2012 Marcos Martinho dos Santos