Rachel de Queiroz, Nouveau Roman e a literatura brasileira dos anos 1970: uma análise da recepção crítica do romance Dôra, Doralina e o seu lugar na ficção da época/ Rachel de Queiroz, Nouveau Roman and Brazilian Literature of the 1970s: an analysis of the critical reception of the novel Dôra, Doralina and its situation in the fiction of that period

Taffarel Bandeira Guedes

Resumo


Resumo: No presente texto, analisamos um dos assuntos correntemente tocados pela recepção crítica de “primeira onda” do romance Dôra, Doralina (1975), de Rachel de Queiroz: a sua posição em relação à literatura brasileira desenvolvida na altura dos anos 1970, período em que o Nouveau Roman exerceu certa influência sobre a nossa ficção. Tomando por base o que escreveram estudiosos dessa tendência francesa, no que destacamos a contribuição de Leila Perrone-Moisés (1966); e também indicações teóricas dadas pelos próprios autores, uma vez que os “novos romancistas” dedicaram parte de sua produção intelectual à meditação sobre a arte que produziram, do que é exemplo Alain Robbe-Grillet (1969), delimitamos o que foi o Novo Romance e qual a sua proposta de reforma do gênero. Superado esse momento, detemo-nos sobre o que escreveu a imprensa da época a propósito do tão aguardado livro de Rachel de Queiroz, constantemente colocado como representante de uma tradição romanesca burguesa, em posição contrária, portanto, à emergente renovação ficcional que se fazia notar na literatura da década.


Palavras-chave: Rachel de Queiroz; Nouveau Roman; ficção; recepção crítica; literatura brasileira.

Abstract: In this paper, we analyze one of the most significant issues dealt by the “first wave” of the critical reception of Rachel de Queiroz’s novel Dôra, Doralina (1975): its position in relation to the Brazilian Literature of the 1970s, a period in which the Nouveau Roman influenced our fiction to a certain extent. We grounded our views on the criticism of that French trend particularly on the contribution of Leila Perrone-Moisés (1966); as well as on theoretical indications given by the writers themselves, since the “new novelists” dedicated part of their intellectual production to the reflection upon what they produced – e.g. Alain Robbe-Grillet (1969). Out of those sources, we stated what the Nouveau Roman was and what were its propositions to reform the genre. Afterwards, we focused on what the press of 1970s wrote about the long-awaited book by Rachel de Queiroz, a novel put as a representative of a bourgeois tradition, which was opposed, therefore, to the emerging fictional innovations perceived in the literature of that decade.

 

Keywords: Rachel de Queiroz; Nouveau Roman; fiction; critical reception; Brazilian literature.


Palavras-chave


Rachel de Queiroz; Nouveau Roman; ficção; recepção crítica; literatura Brasileira; Rachel de Queiroz; Nouveau Roman; fiction; critical reception; Brazilian Literature.

Texto completo:

PDF

Referências


ALENCAR, E. A volta de Rachel. O Dia, Rio de Janeiro, 10 ago. 1975.

BOSI, A. O Osman Lins que conheci. Eutomia, Recife, v. 13, n. 1, p. 172-176, jul. 2014.

BRUNO, H. Depois de 30 anos, a realidade volta humanizada e tocante.

O Globo, Rio de Janeiro, 30 mar. 1975.

BRUNO, H. Rachel de Queiroz. Rio de Janeiro: Cátedra; Brasília: INL,

CANDIDO, A. A nova narrativa. In: CANDIDO, A. A educação pela

noite. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2011.

CARPEAUX, O. M. História da literatura ocidental. Brasília: Senado Federal, 2011. v. IV.

GUIMARÃES, T. Bilhete a Rachel de Queiroz. Folha da Tarde, São

Paulo, 12 maio 1975.

JOBIM, L. M. Bendito retorno. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, p.

, 31 maio 1975.

LAUS, L. O romance em Rachel de Queiroz. Minas Gerais, Belo

Horizonte, p. 11, 11 out. 1975.

MORAES, A. S. A romancista Rachel. Jornal do Commercio, Rio de

Janeiro, 20 maio 1975.

NITRINI, S. A posse da expressão e o vulgar da vida (uma leitura de o

visitante, de Osman Lins). Signótica, [s. l.], v. 15, n. 1, p. 103-115, 2008. DOI: https://doi.org/10.5216/sig.v15i1.3769. Disponível em: https://revistas.ufg.br/sig/article/view/3769. Acesso em: 29 ago. 2021.

PERRONE-MOISÉS, L. O Novo Romance francês. São Paulo: Edições

Buriti, 1966.

PERRONE-MOISÉS, L. Por amor à arte. Estudos Avançados, [s. l.],

v. 19, n. 55, p. 335-348, 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-

Disponível em: https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10114. Acesso em: 29 ago. 2021.

PÓLVORA, H. Dôra, Doralina. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 26 mar.

QUEIROZ, R de. Dôra, Doralina. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio

Editora, 1975.

ROBBE-GRILLET, A. “Para que servem as teorias. In: ROBBE-

GRILLET, A. Por um Novo Romance. São Paulo: Editora Documentos,

SPITZNER, M. Caio Fernando Abreu e Nouveau Roman: narrativa e

discurso e sua literalidade em análise no conto ‘Ponto de Fuga’. Uniletras, Ponta Grossa, v. 35, n. 2, p. 191-201, jul./dez. 2013. DOI: https://doi.org/10.5212/Uniletras.v.35i2.0002. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/uniletras/article/view/5266/4187. Acesso em: 29 ago. 2021.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2238-3824.27.2.59-74

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2022 Taffarel Bandeira Guedes

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.