Memória cultural e imaginário pós-colonial: o lugar de Lília Momplé na literatura moçambicana

Anselmo Peres Alós

Resumo


Resumo: Na primeira parte deste trabalho, realiza-se uma reflexão sobre a questão da memória e do imaginário pós-colonial no campo dos estudos literários que se dedicam à compreensão das literaturas lusófonas. Busca-se compreender de que maneira tais investigações podem colaborar para uma descolonização do imaginário nas literaturas das ex-colônias portuguesas, dando particular atenção ao caso da literatura moçambicana. Na segunda parte, realiza-se uma leitura interpretativa do livro Ninguém matou Suhura (1988), de autoria da escritora moçambicana Lília Momplé, na tentativa de rastrear as maneiras e os mecanismos discursivos mobilizados pela autora no sentido de transformar as sofridas memórias colonialistas em material para sua composição literária.
Palavras-chave: Memória e história; imaginário póscolonial; literatura moçambicana; Lília Momplé; Ninguém matou Suhura

Resumen: En la primera parte del presente artículo, se hace una investigación acerca de la cuestión de la memoria y del imaginario postcolonial en el campo de los estudios literarios dedicados a la comprensión de las literaturas lusófonas. Lo que se busca es la comprensión del modo por que esas investigaciones puedan colaborar para una descolonización del imaginario en las literaturas de las ex-colonias portuguesas, con particular atención a la cuestión de la literatura mozambicana. En la segunda parte, se hace una lectura interpretativa del libro Ninguém matou Suhura (1988), de autoría de la escritora mozambicana Lília Momplé, intentando rastrear las maneras y los mecanismos discursivos articulados por la autora en el sentido de hacer de sus sufridas memorias colonialistas el material a ser utilizado en su composición literaria.
Palabras-clave: Memoria e historia; imaginario postcolonial; literatura mozambicana; Lília Momplé; Ninguém matou Suhura.

Keywords: Memory and history, post-colonial imaginary; Mozambican literature; Lília Momplé; Ninguém matou Suhura.


Texto completo:

PDF

Referências


ANDERSON, B. Nação e consciência nacional. São Paulo: Ática, 1989.

BAL, M. Narratology. 2. ed. Buffalo: The University of Toronto Press, 1997.

BHABHA, H. K. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1998.

CARVALHAL, T. F. O próprio e o alheio. São Leopoldo: Ed. da UNISINOS, 2003.

COUTO, M. Entrevista. O país, Maputo, 24 de junho de 2009. Disponível em: http://opais.co.mz/opais/index.php?option=com_content&view=article&id=1786:mia-couto-declara-se-num-qvazioq-apos-escrever-qjesusalemq&catid=82:cultura&Itemid=278. Acesso em: 30 jan. 2011.

COUTO, M. Estórias abensonhadas. Maputo: AEMO, 1994.

COUTO, M. Jesusalém. Maputo: Ndjira, 2009.

COUTO, M. O último voo do flamingo. Maputo: Ndjira, 2000.

COUTO, M. Venenos de Deus, remédios do diabo. Maputo: Ndjira, 2008.

DURAND, G. As estruturas antropológicas do imaginário. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. v. III.

MOMPLÉ, L. Neighbours. Maputo: AEMO, 1995.

MOMPLÉ, L. Ninguém matou Suhura. 3. ed. Maputo: Edição da Autora, 2007.

MOMPLÉ, L. Ninguém matou Suhura. Maputo: AEMO, 1988.

MOMPLÉ, L. Os olhos da cobra verde. Maputo: AEMO, 1997.

PRATT, M.-L. Comparative Literature and Global Citizenship. In: BERNHEIMER, C. Comparative Literature in the Age of Multiculturalism. Baltimore: The John Hopkins University Press, 1995. p. 58-65.

REBELO, T. O último ano em Luanda. Barcarena: Presença, 2008.

RUAS, J. A batalha das lágrimas. Coimbra: Calendário, 2008.

SAID, E. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

SAID, E. Orientalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

SCHMIDT, R. T. A literatura comparada nesse admirável mundo novo. Revista Brasileira de Literatura Comparada, São Paulo, v. 11, p. 11-33, 2007.

THIONG’O, N. W. Decolonising the Mind. Nairobi: Heinemann Kenya, 1986.

THIONG’O, N. W. Devil on the Cross. Nairobi: Heinemann Kenya, 1987.

TODOROV, T. Estruturalismo e poética. São Paulo: Cultrix, 1970.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2238-3824.16.1.137-158

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2011 Anselmo Peres Alós