Comissão das lágrimas: o horror é representável?

Cid Ottoni Bylaardt

Resumo


No romance Comissão das lágrimas, de Lobo Antunes, a personagem Cristina encontra-se em uma clínica em Lisboa escrevendo, lembrando os horrores da Comissão das lágrimas, nome que se deu ao massacre dos dissidentes do regime de Agostinho Neto em Angola entre 1977 e 1979. O leitor percebe que a voz de Cristina compõe-se de múltiplas vozes que vão construindo o relato, de maneira fragmentada, embaraçada, descontínua. Este texto tem por objetivo refletir sobre o testemunho, sua constituição, como ele se processa na ficção, na tentativa de articular respostas para algumas questões. É possível representar o irrepresentável, se é que ele existe? É possível testemunhar? Como pode um texto literário servir de testemunho e representação do horror? A hipótese deste texto é que o testemunho se manifestará como um ressoar do evento, uma vibração que o mantém distante da literatura, mas que confere ao inimaginável o estatuto de hiperimaginável.

Palavras-chave


testemunho; ficção; literatura contemporânea.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2359-0076.35.54.101-115

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