A arte capicua da comutação: Ara, de Ana Luísa Amaral / The palindromic art of commutation: Ara, by Ana Luísa Amaral

Isabel Pires de Lima

Resumo


Resumo: Procurar-se-á mostrar como Ara, o primeiro romance de Ana Luísa Amaral, se vinha anunciando pela tensão dramática que caracteriza a vasta obra poética da autora desde os anos 90. Trata-se de um romance que, não descurando a tradição modernista, se mostra consentâneo com uma matriz pós-moderna e com um título capicua, Ara, que induz ab initio um universo permeável à dissonância e à comutação. Ver-se-á como o ludismo romanesco da comutação e a exploração da auto-reflexividade permitirão integrar modos discursivos diversos – lírico, ensaístico, poético, dramático e modus faciendi romanescos vários – do romance de formação ao romance de amor, passando pelo romance social e pela autobiografia, e explorando todas as virtualidades do género.
Palavras-chave: comutação; dissonância; auto-reflexividade; hibridez romanesca; moderno / pós-moderno.

Abstract: I will try to show how Ara, Ana Luísa Amaral’s first novel, can be seen as an announcement of the dramatic tension that characterizes the author’s vast poetic work since the 1990s. It is a novel that, while not neglecting the modernist tradition, is consistent with a postmodern matrix bearing a title that is a palindrome. This induces ab initio a universe permeable to dissonance and commutation. It will be seen how the novelistic playfulness of commutation and the exploration of self-reflexivity will allow for the integration of diverse discursive modes – lyrical, essayistic, poetic, dramatic and modus faciendi romanesque – ranging from the Bildungsroman to the novel of love, passing through the social realist novel and autobiography, and exploring all the potentialities of the genre.
Keywords: commutation; dissonance; self-reflexivity; novelistic hybridity; moderm/post-modern.


Palavras-chave


comutação; dissonância; auto-reflexividade; hibridez romanesca; moderno / pós-moderno; commutation; dissonance; self-reflexivity; novelistic hybridity; moderm/post-modern

Texto completo:

PDF

Referências


AMARAL, A. L. Próspero Morreu – Poema em acto. Lisboa: Caminho, 2011.

AMARAL, A. L. Ara. Porto: Sextante, 2013.

AMARAL, A. L. Ara. São Paulo: Iluminuras, 2016.

AMARAL, A. L. What’s in a name. Lisboa: Assírio & Alvim, 2017.

AMARAL, A. L. Ágora. Lisboa: Assírio e Alvim, 2019.

BUESCU, H. C. [Recensão crítica a Ara, de Ana Luísa Amaral]. Revista Colóquio/Letras, Lisboa, n. 186, p. 243-245, maio 2014.

DANTAS, V. Palavra sobre vozes. In: AMARAL, A. L. Vozes. S Paulo: Iluminuras, 2013.

MACEDO, A. G. Ara, de Ana Luísa Amaral: uma realidade descontínua. Revista Convergência Lusíada, Lisboa, n. 36, p. 23-27, jul./dez. 2016. Disponível em: https://convergencialusiada.com.br/rcl/article/view/36/35. Acesso em: 02 fev. 2021.

MAGALHÃES, I. A. de. Se fosse um intervalo, de Ana Luísa Amaral: Um tempo de nervura / acesa. Revista Abril do Núcleo de Estudos de Literatura Portuguesa e Africana da UFF, Rio de Janeiro, v. 3, n. 4, p. 159-167, abr. 2010. Disponível em: http://www.periodicos.uff.br/revistaabril/article/view/29794/17335. Acesso em: 22 jan. 2021.

PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

RAMALHO, M. I. Ara ou o desassossego da poesia. In: AMARAL, A. L. Ara. São Paulo: Iluminuras, p. 73-78, 2016.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2359-0076.41.65.17-29

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2021 Isabel Pires de Lima

Revista do Centro de Estudos Portugueses
ISSN 1676-515X (impressa) / ISSN 2359-0076 (eletrônica)

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional

.