O romancista e o vaqueiro: José de Alencar, leitor da poesia popular

Eduardo Vieira Martins

Resumo


Este artigo pretende discutir a análise das cantigas populares desenvolvida por José de Alencar em O nosso cancioneiro (1874). Num primeiro momento, procura-se demonstrar que o autor, lançando mão de conceitos oriundos da retórica, classifica as canções do Boi Espácio e do Rabicho da Geralda no gênero épico e identifica dois ornatos utilizados para dotar o boi de estatura mítica: a hipérbole e a amplificação. Num segundo momento, verifica-se como Alencar incorporou temas e procedimentos estilísticos identificados nessas canções em O sertanejo (1875), romance redigido simultaneamente ao estudo sobre o cancioneiro popular cearense.

Ce travail a comme objectif discuter l’analyse des chansons populaires faite par José de Alencar dans O nosso cancioneiro (1874). Premièrement, nous essayons de montrer que l’auteur, en utilisant des concepts de la rhétorique, classifie les chansons Boi Espácio et Rabicho da Geralda dans le genre épique. Il identifie deux ornements utilisés pour convertir le boeuf dans un mythe: l’hyperbole et l’amplification. Ensuite, nous vérifions comment Alencar a utilisé ces deux procédés stylistiques dans O sertanejo (1875), romam écrit en même temps que O nosso cancioneiro.


Texto completo:

PDF


DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2359-0076.22.31.181-198

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2002 Eduardo Vieira Martins

Revista do Centro de Estudos Portugueses
ISSN 1676-515X (impressa) / ISSN 2359-0076 (eletrônica)

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional

.