Apresentação

João Alves Rocha Neto, Aline Sobreira de Oliveira, Felipe Oliveira de Paula, Gustavo Cerqueira Guimarães, Josué Borges de Araújo Godinho, Rafael Otávio Fares, Rafael Castro

Resumo


O v. 21, n. 3, da revista Em Tese traz como tema o dossiê
PAISAGEM: SUBSTÂNCIA LENHOSA DA LÍNGUA.
Desde o Iluminismo, a paisagem é vista, comumente, como
uma construção humana enquadrada no campo das representações.
Nessa direção, é a partir da capacidade do homem
de representar a paisagem por palavras, sons e imagens que
ela passa a existir, ou seja, somente quando é delimitada no
campo do humano pode-se falar dela. Nesse contexto, ela nos
deu uma nova dimensão espacial, a perspectiva, oferecendo-
-nos o abismo e o horizonte, por exemplo. Mas e se caminharmos
em outra direção? Se não concebermos a paisagem
como uma construção do homem, mas como o que sempre
esteve lá a nos espreitar como uma força, uma potência,
apontando-nos justamente o que a representação não encerra?
Se pensarmos, com Agamben, que o limite da língua
não está, necessariamente, no silêncio, no indizível, mas em
sua “substância lenhosa”, para onde nos dirigiríamos? E se
tomássemos a perspectiva como uma orientação não somente
espacial, mas também ontológica, na qual todo habitante
do planeta teria um modo de vida a ser compartilhado,
vislumbrando uma noção de identidade mais aberta, menos
binária, em que se conceberia o outro não mais como um
espelho, mas como um destino, como escreveu Viveiros de
Castro sobre os Tupinambá? Para onde caminhariam a literatura
e a crítica literária?


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Em Tese
ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)


Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.