“Um coração exterior”: a escrita fora de si de Manuel António Pina

Igor de Souza Soares

Resumo


Desde seu marco inicial em 1974, a poesia de Manuel António Pina se fez em contraste não só com o discurso da prosa, mas também com o da poesia majoritária ou hegemônica de seu tempo, numa tendência marcadamente opositiva, ou antes, numa contratendência. E, mais ainda, a sua poesia pode ser pensada em termos de outra negatividade, menos circunstancial ou histórica e mais radical: a negatividade imanente, com desejo de absoluto, de uma escrita em si mesma contraditória, paradoxal e absurda. A diferença dessa perspectiva é que a poesia funciona em relação de diferença, não com outra poesia ou outra qualquer literatura, mas em diferença precisamente consigo própria, numa espécie de autorreferencialidade negativa, configurando-se, a um só tempo, enquanto expressão e experiência de uma crise imanente, de uma desmedida fundamental e de uma incoincidência consigo mesma.


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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.25.1.191-202

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Em Tese
ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)


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