As memórias do corpo em Caderno de memórias coloniais e A árvore das palavras

Cristina Arena Forli

Resumo


A literatura portuguesa contemporânea tem demonstrado significativo interesse pela memória por meio de narrativas que evidenciam a relação dos sujeitos com o passado colonial português, cujo controle das colônias perdurou até 1975. Frequentemente, essas obras apresentam narradores que viveram a infância e/ou a adolescência nas colônias portuguesas na África, tomando suas memórias pessoais como fundamentais para um olhar outro sobre o colonialismo. Como veículo de inserção na história, o corpo apresenta em si as marcas de um tempo. O corpo da mulher, assim, violentado de diversas formas ao longo da história, leva em si as marcas de um passado colonial. Em Caderno de memórias coloniais (2009), de Isabela Figueiredo, e A árvore das palavras (1997), de Teolinda Gersão, as narradoras rememoram seu passado junto das famílias em Moçambique e posteriormente em Portugal em um momento de intensa transição política dos países, bem como de suas subjetividades. Essas memórias, inevitavelmente associadas ao corpo, ainda carregam consigo a marca de gênero bem explícita. Nesse sentido, sob uma perspectiva de análise pós-colonial, com o aporte das teorias sobre memória (Pollak, 1992) e corpo (Le Breton, 2007), este trabalho reflete sobre as memórias do corpo suscitadas por essas narradoras.


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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.28.2.%25p

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Em Tese
ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)


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