A Memória Coletiva da Escravidão em Feeding The Ghosts (1997), de Fred D’Aguiar

Resumo

Feeding the Ghosts (1997) de Fred D’Aguiar é analisado com foco na memória coletiva da escravização. O romance histórico aborda o ocorrido no navio negreiro Zong, em 1781. O foco narrativo recai sobre a protagonista Mintah, escravizada que tenta um motim, mas falha, e vê 131 companheiros serem jogados vivos ao mar. A ficção sobre o período escravocrata faz uma revisitação aos legados deixados por esta barbárie. A ideia da memória coletiva, de Halbwachs (2006), levou a se compreender como o romance evidencia que as lembranças dos sujeitos escravizados não são consideradas, sendo, portanto, subterrâneas, sufocadas, ao se compor a memória histórica, tornada hegemônica, da escravização. Mintah teve seu diário ignorado no tribunal, e as memórias históricas que ficaram sobre o navio Zong são apenas as dos tripulantes e do capitão, cujo discurso de poder apoiava a escravização e justificava a morte de sujeitos escravizados doentes em nome do lucro, revelando uma política de morte.