Para uma edição crítica de O Guesa, de Sousândrade: Alguns princípios e problemas / For a critical edition of Sousândrade’s O Guesa: Some Principles and Problems

Cilaine Alves Cunha, Jussara Menezes Quadros

Resumo


Resumo: O artigo aborda os desafios de uma edição crítica do poema O Guesa, de Joaquim de Sousândrade. Como não subsistiram manuscritos do poema, a edição crítica tomará como texto-base sua última versão publicada e revista pelo autor: a edição londrina de O Guesa [188-]. Ainda que tal escolha pareça um princípio convencional, o propósito dos editores é levar em consideração, pela primeira vez, versões anteriores dos Cantos de O Guesa, publicadas em periódico e em várias coletâneas poéticas entre 1867 e os anos 1870. Sousândrade foi um autor obcecado com a revisão e expansão de seu poema, resultando disso uma obra literária complexa e proteica. A noção de um texto ideal único deve ser abandonada em favor de uma edição que leve em consideração a pluralidade das versões do poema, sua instabilidade textual, a riqueza e profusão de suas variantes e seu estado final inacabado.

Palavras-chave: Joaquim de Sousândrade; O Guesa; edição crítica.

Abstract: The article addresses challenges for a critical edition of Joaquim de Sousândrade’s long poem O Guesa. As manuscripts of the poem have not subsisted, the critical edition will be based on the last version of the poem published in the poet’s life: the London edition of O Guesa [188-], which have been raised by the author himself. Although it seems a conventional principle, the editorial aim is to take into account, for the first time, the earlier versions of O Guesa’s Cantos. Versions that have been published in several Sousândrade’s collections from 1867 to the 1870’s. Joaquim de Sousândrade was a prolific writer, obsessed with the revision and expansion of his poem. The result was that O Guesa is a complex and plural work. The notion of an ideal unitary text must be abandoned in favor of an edition which takes into consideration the plurality of versions of the poem, the richness and profusion of its textual variants, its textual instability and unfinished final state.

Keywords: Joaquim de Sousândrade; O Guesa; critical edition.


Palavras-chave


Joaquim de Sousândrade; O Guesa; edição crítica; critical edition.

Texto completo:

PDF

Referências


BRINKLEY, R; HARLEY, K. Romantic revisions. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

CAMPOS, A. de; CAMPOS, H de. ReVisão de Sousândrade. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2002.

HANSEN, J. A. Etiqueta, invenção e rodapé: O Guesa de Sousândrade. São Paulo.: [S. n., 199-?]. (Não publicado).

HANSEN, J. A.; MOREIRA, M. Para que entendais: poesia atribuída a Gregório de Matos e Guerra: letrados, manuscritura, retórica, autoria, obra e público na Bahia dos séculos XVII e XVIII. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. v. V.

LA BARRA, E. de. [Correspondência]. Destinatário: José Victorino Lastarria. Valparaíso, 6 out. 1887. 2 fls. (Archivo Nacional de Chile).

LEVINSON, M. The romantic fragment poem: a critique of a form. Chapell Hill: The University of North Carolina Press, 1986.

RAJAN, B. The form of the unfinished: English poetics from Spenser to Pound. Princeton: Princeton University Press, 1986. DOI: https://doi.org/10.1515/9781400854776.

ROSEN, C. Poetas, românticos, críticos e outros loucos. Tradução de José Laurenio de Melo. São Paulo: Ateliê Editorial/ Editora Unicamp, 2004.

SCHLEGEL, F. Sur le Meister, de Goethe. Tradução de Claude Hary-Schaeffer. Paris: Éditions Hoëbeke, 1999.

SOUSANDRADE, J. de. O Guesa. Edição fac-similar organizada por Jomar Moraes. São Luís: Edições Sioge, 1979.

SOUSANDRADE, J. de. O Guesa. London: Cooke & Halsted: The Moorfield Press, E. C., [188-]. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/619. Acesso em: 12 set. 2018. (Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin).

SOUSÂNDRADE, J. de. O Guesa. Organização e notas de Luiza Lobo. Rio de Janeiro: Ponteio, 2012.

SOUSÂNDRADE, J. de. O Guesa. São Paulo: Editora Annablume: Demônio Negro, 2009.

SOUSÂNDRADE, J. de. Poesia e prosa reunidas de Sousândrade. Organização de Frederick Williams e Jomar Moraes. São Luís: Academia Maranhense de Letras, 2003.

SOUZA-ANDRADE, J. de. Obras poéticas. New York: [S. n.], 1874. Disponível em: https://hdl.handle.net/2027/pst.000053806048. Acesso em: 07 jun. 2018

SOUZA-ANDRADE, J. Guesa errante. New York: [S. n.], 1876.

SOUZA-ANDRADE, J. Guesa Errante. Semanário Maranhense, São Luís, 1867.

SOUZA-ANDRADE, J. Harpas eolias. São Luis do Maranhão: B. de Mattos, 1870. Disponível em: https://hdl.handle.net/2027/coo.31924021215672. Acesso em: 26/ set. 2018.

SOUZA-ANDRADE, J. Impressos. São Luís: B. de Mattos, 1868. v. 1. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/semanario-maranhense/720097. Acesso em: 26 set. 2018.

SPORTELLI, A. Il “long poem” nell’età di Wordsworth. In: Percorsi critici e testuali. Bari: Edizioni B. A. Graphis, 1999.

STILLINGER, The multiple versions of Coleridge’s poems: how many Mariner’s did Coleridge write?. Studies in Romanticism, Boston, v. 31, p. 127-146, 1992. DOI: https://doi.org/10.2307/25600948.

STRATHMAN, C. Romantic poetry and the fragmentary imperative. Albany: Sunny Press, 2006.

TORRES-MARCHAL, C. 30 Anos com Sousândrade. Recife: Revista Eutomia, 2015.

WOLFSON, S. Revision as form: Wordsworth’s Drowned Man. In: GILL, S. (ed.). William Wordsworth’s The Prelude: a casebook. Oxford: Oxford University Press, 2006.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.28.4.49-68

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2019 Cilaine Alves Cunha; Jussara Menezes Quadros

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
ISSN 0102-4809 (impressa) / ISSN  2358-9787 (eletrônica)

License

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.