Agora é que são elas: um romance em xeque / Agora é que são elas: a novel in check

Jorge Fernando Barbosa do Amaral

Resumo


Resumo: O artigo analisa o romance Agora é que são elas, de Paulo Leminski, tendo como ponto de partida a ideia do próprio autor de que seria impossível escrever um romance nos moldes tradicionais em pleno século XX. Para Leminski, os grandes romancistas do século passado, como Joyce e Kafka, nasceram no século XIX e se formaram antes da Primeira Guerra Mundial, por isso sua produção estaria de acordo com os princípios criativos oitocentistas. Assim, o artigo investiga o Agora é que são elas, enquadrando-o tanto na “Teoria do túnel”, de Julio Cortazar, que diz que alguns escritores destroem as formas literárias tradicionais para construir a própria linguagem, quanto nas reflexões sobre a “Linguagem Invertebrada”, de Reinaldo Laddaga, que usa a imagem dos ossos como metáfora da rigidez criativa.

Palavras-chave: Paulo Leminski; Agora é que são elas; Teoria do Túnel; Linguagem Invertebrada.

Abstract: The paper analyzes the novel Agora é que são elas, by Paulo Leminski, taking as its starting point the idea that the author would be impossible to write a novel in the traditional ways in the twentieth century. To Leminski, the great novelists of the last century, as Joyce and Kafka, born in the nineteenth century and were formed before the First World War, so their production would agree with the nineteenth-century creative principles. Thus, the paper investigates the Agora é que são elas, framing it in both the “Tunnel Theory” by Julio Cortazar, who says that some writers destroy traditional literary forms to build its own language, as the reflections on the “Invertebrate Language”, by Reinaldo Laddaga, which uses the image of the bones as a metaphor for creative stiffness.

Keywords: Paulo Leminski; Agora é que são elas; Tunnel Theory; Invertebrate Language.


Palavras-chave


Paulo Leminski; Agora é que são elas; Teoria do Túnel; Linguagem Invertebrada; Tunnel Theory; Invertebrate Language.

Texto completo:

PDF

Referências


BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. São Paulo: Unesp. 3. ed. 1993.

BONVICINO, Régis (org). Envie meu dicionário – cartas e alguma crítica. São Paulo: Ed. 34, 1999.

CAMPOS, Augusto de; CAMPOS, Haroldo de; e PIGNATARI, Décio. Teoria da poesia concreta – textos críticos e manifestos 1950-1960. 4. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2006

CORTÁZAR, Julio. Obra crítica 1. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

GOMES, Álvaro Cardoso (org). A estética surrealista – textos doutrinários comentados. São Paulo: Atlas, 1995.

LADDAGA, Reinaldo. Introducción a um lenguaje invertebrado. Una situación de João Gilberto Noll. Palavra nº 7. Rio de Janeiro: PUC, 2001, p. 157-167.

LEMINSKI, Paulo. Agora é que são elas. São Paulo: Brasiliense, 1984.

LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. Lisboa: Editorial Presença, s/d.

PAZ, Octávio. O arco e a lira. Tradução de Olga Savary. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

SCHNAIDERMAN, B. Em torno de um romance enjeitado. In: BONVICINO, Régis. Envie meu dicionário – cartas e alguma crítica. São Paulo: Ed. 34, 1999.

STIERLE, Karlheinz. A ficção. Tradução de Luiz Costa Lima. Rio de Janeiro: UERJ, 2006.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.30.3.110-128

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2021 Jorge Fernando Barbosa do Amaral

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
ISSN 0102-4809 (impressa) / ISSN  2358-9787 (eletrônica)

License

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.