Academia Brasílica dos Esquecidos: história e literatura

Nilton de Paiva Pinto

Resumo


Resumo: Este artigo investiga e descreve o funcionamento da Academia Brasílica dos Esquecidos, fundada na colônia portuguesa na América, em 1724. As informações aqui reunidas foram colhidas nos códices que contêm as produções acadêmicas e em outras fontes bibliográficas. Esses códices foram publicados por José Aderaldo Castello entre 1969 e 1971. Essa Academia desempenhou importante papel histórico no desenvolvimento da organização de atividades intelectuais na colônia portuguesa, que viria, um século mais tarde, a ser um país independente, o Brasil. A Academia foi fundada para cumprir orientações emanadas da Academia Real de História Portuguesa, criada em Lisboa. Seu principal objetivo era a produção de uma História da colônia, dividida em quatro partes: natural, militar, eclesiástica e política. Além dos textos historiográficos, encomendados a quatro dos acadêmicos, os demais membros apresentavam produções poéticas em todas as sessões (sobre temas que lhes eram também encomendados). O acadêmico Sebastião da Rocha Pita, um dos mais importantes membros da Academia, foi objeto de algumas considerações ao longo do artigo.

Palavras-chave: movimento academicista no Brasil; Academia Brasílica dos Esquecidos; História e literatura.

Abstract: This paper investigates and describes the inner workings of the Academia Brasílica dos Esquecidos, founded in the Portuguese colony in the Americas in 1724. Data was collected from codices containing academic productions of this institution published by José Aderaldo Castello between 1969 and 1971 and other bibliographical sources. This Academy played an important historical role in the organization of intellectual activities in the Portuguese colony that would, a century later, become an independent country, Brazil. Founded to comply with guidelines issued by the Royal Academy of Portuguese History, created at Lisbon, the Academy’s main goal was to write a history of the colony, divided into four parts: natural, military, ecclesiastical, and political. Besides historiographical texts, requested from four of the academics, the other members produced poetic writings in all genres (on preestablished topics). Scholar Sebastião da Rocha Pita, a key member of the Academy, was the object of some considerations throughout the text.

Keywords: academic movement in Brazil; Academia Brasílica dos Esquecidos; history and literature.


Palavras-chave


movimento academicista no Brasil; Academia Brasílica dos Esquecidos; história e literatura; academic movement in Brazil; Academia Brasílica dos Esquecidos; history and literature.

Texto completo:

PDF

Referências


ALMEIDA, Palmira Morais Rocha de. Dicionário de autores no Brasil colonial. Lisboa: Colibri, 2003.

ARNS, Cardeal. Santos e heróis do povo. São Paulo: Paulinas, 1985.

BARBUDA, Pedro Júlio. Literatura brasileira. Salvador: Estabelecimento dos dois Mundos, 1916.

BÍBLIA de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2000.

BLAKE, Sacramento. Dicionário bibliográfico brasileiro. Ed. fac-sim. Rio

de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1970. v. 7.

CALMON, Pedro. História da literatura baiana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1949.

CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. São Paulo: Martins, 1959. 2 v.

CASTELLO, José Aderaldo. A literatura brasileira: manifestações literárias da era colonial (1500-1808/1836). São Paulo: Cultrix, 1969. v. 1.

CASTELLO, José Aderaldo (Org.) O movimento academicista no Brasil: 1641-1820/22. São Paulo: Conselho Estadual de Cultura, 1969-1971. v. 1,5 t.

CASTELLO, José Aderaldo (Org.) O movimento academicista no Brasil:

-1820/22. São Paulo: Conselho Estadual de Cultura, 1974. v. 3, t. 1.

CASTRO, Ariel. Movimento academicista e processo político-cultural no

Brasil colônia. In: CASTRO, Silvio. História da literatura brasileira. Lisboa: Alfa, 1999. v. 1, p. 339-367.

COSTA, Afonso. Sebastião da Rocha Pita visto a olho nu. Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Salvador, n. 76, p. 3-9, 1950-1951.

DICIONÁRIO de História do Brasil. 2. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1971.

DOCUMENTOS históricos: cartas e provisões (1721-1722). Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde/Biblioteca Nacional, 1939. v. 45.

FIGUEIREDO, Fidelino de. História da literatura clássica. 3. ed. São Paulo: Anchieta, 1946. 3 v.

FIGUEIREDO, Fidelino de. História literária de Portugal. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1966.

MACHADO, Diogo Barbosa. Biblioteca lusitana. Lisboa: Ignácio Rodrigues, 1747. t. 2.

MACHADO, Diogo Barbosa. Biblioteca lusitana. Lisboa: Ignácio Rodrigues, 1752. t. 3.

MARTINS, Wilson. Pontos de vista (crítica literária). São Paulo: T.A. Queiroz, 1994. v. 8.

MORAES, Carlos Eduardo Mendes de. Academia Brasílica dos Esquecidos e as práticas de escrita no Brasil colonial. 1999. Tese (Doutorado em Letras). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. 2 v.

PAES, José Paulo; MOISÉS, Massaud. Pequeno dicionário de literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1967.

PITA, Sebastião da Rocha. História da América Portuguesa. Lisboa Ocidental: José Antônio da Silva, 1730.

SILVA, Ana Carolina Nogueira da; CAMARINHAS, Nuno. (Coord.) Biblioteca lusitana. Lisboa: Ophir; Biblioteca Virtual dos Descobrimentos Portugueses, [1998?]. CD-ROM.

VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. Florilégio da poesia brasileira. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 1987. 3 t.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.31.2.73-91

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2022 Nilton de Paiva Pinto

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
ISSN 0102-4809 (impressa) / ISSN  2358-9787 (eletrônica)

License

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.