Cronotopia: um fenômeno de largo espectro / Chronotopy: A Broad-Spectrum Phenomenon

Maria Marta Furlanetto

Abstract


Resumo: Este estudo tem o objetivo de explorar o fenômeno da cronotopia a partir de seu inacabamento teórico, conforme a experiência realizada por Bakhtin com o gênero romance, abrindo vias para estudiosos da área. Estabelece vínculos com campos de estudo das ciências sociais e da linguagem e propõe um olhar que parte da concepção de metáfora como figuração, abordando autores que perspectivaram o tempo e o espaço em contextos histórico-sociais. A título de experiência de abordagem, mostra uma possibilidade de análise cronotópica (estudo de caso), estabelecendo um quadro em que faz convergir o olhar sociológico, histórico, discursivo no panorama cultural, modo de funcionamento dos cronótopos para estudo figurativo da vida social.

Palavras-chave: figuração; metáfora; cultura.

Abstract: This study aims to explore the phenomenon of chronotopy from its theoretical unfinishing, according to Bakhtin’s experience with the novel, opening ways for scholars of this area. It establish links with fields of study of social sciences and language and proposes a view that starts from the conception of metaphor as figuration, approaching authors who have looked at time and space in historical and social contexts. As an experience of approach, it shows a possibility of chronotopic analysis (case study), establishing a framework in which converges the sociological, historical, discursive look in the cultural panorama, mode of functioning of the chronotopes for the figurative study of social life.

Keywords: figuration; metaphor; culture.


Keywords


figuração; metáfora; cultura; figuration; metaphor; culture.

References


AMORIM, M. Cronotopo e exotopia. In: BRAIT, B. (Org.). Bakhtin: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2006. p. 95-114.

BAKHTIN, M. Forms of time and of the chronotope in the novel – Notes toward a historical poetics. In: ______. The dialogic imagination. Four essays. Edited by Michael Holquist. Translated by Caryl Emerson and Michael Holquist. Austin: University of Texas Press, 1981. p. 84-258.

BAKHTIN, M. Formas de tempo e de cronotopo no romance (Ensaios de poética histórica). In: ______. Questões de literatura e de estética – a teoria do romance. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 2014a. p. 211-362.

BAKHTIN, M. O discurso no romance. In: ______. Questões de literatura e de estética – a teoria do romance. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 2014b. p. 71-210.

BAKHTIN, M. Observações finais. In: ______. Questões de literatura e de estética – a teoria do romance. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 2014c. p. 349-362.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BARTHES, R. Utopia. In: ______. Inéditos. v. 1 – Teoria. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 290-291.

BATTISTINI, M. Symboles et allégories. Traduit de l’italien par Dominique Férault. Paris: Éditions Hazan, 2004.

BEMONG, N.; BORGHART, P. A teoria bakhtiniana do cronotopo literário: reflexões, aplicações, perspectivas. In: BEMONG, N. et alii (Org.). Bakhtin e o cronotopo: reflexões, aplicações, perspectivas. São Paulo: Parábola, 2015. p. 16-33.

BENVENISTE, E. Le langage et l’expérience humaine. In: ______. Problèmes de linguistique générale II. Paris: Editions Gallimard, 1974.

BEZERRA, P. Introdução. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. IX-XII.

CLARK, K.; HOLQUIST, M. Mikhail Bakhtin. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 1998.

ELIAS, N. A sociedade de corte. Investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de corte. Trad. Pedro Süssekind. Pref. Roger Chartier, trad. André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.

FALCONER, R. Representações heterocrônicas da queda: Bakhtin, Milton, DeLillo. In: BEMONG, N. et alii. Bakhtin e o cronotopo: reflexões, aplicações, perspectivas. São Paulo: Parábola, 2015. p. 141-164.

FLUSSER, V. Língua e realidade. 3. ed. São Paulo: Annablume, 2007.

GALÉ, P. F. Viagem à Itália, a formação no renascimento de Goethe. Itinerários, Araraquara, n. 39, p. 51-69, jul./dez. 2014.

HAWKING, S. O universo numa casca de noz. Trad. Mônica Gagliotti F. Friaça. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

HOLQUIST, M. A fuga do cronotopo. In: BEMONG, N. et alii (Org.). Bakhtin e o cronotopo: reflexões, aplicações, perspectivas. São Paulo: Parábola, 2015. p. 34-51.

KANT, I. Crítica da razão pura. Tradução de J. Rodrigues de Mereje. Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint, [198-?].

LACAN, J. La instancia de la letra en el inconsciente o la razón desde Freud. Escritos 1. 17. ed. Madrid: Siglo Ventiuno Editores, 1994. p. 473-509.

MACHADO, I. Gêneros discursivos. In: BRAIT, B. (Org.). Bakhtin: conceitos-chave. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 151-166.

MINKOWSKI, H. Space and time – Minkowski’s papers on Relativity. Translated by Fritz Lewertoff and Vesselin Petkov. Edited by Vesselin Petkov. Montreal: Minkowski Institute Press, 2012. Disponível em: http://www.minkowskiinstitute.org/mip/MinkowskiFreemiumMIP2012.pdf. Acesso em: 29 ago. 2018.

MORSON, G. S. O cronotopo da humanicidade: Bakhtin e Dostoiévski. In: BEMONG, N. et alii (Org.). Bakhtin e o cronotopo: reflexões, aplicações, perspectivas. São Paulo: Parábola, 2015. 118-140.

MURAKAMI, H. 1Q84 (Livro 3). Trad. do japonês Lica Hashimoto. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

SOBRAL, A. Filosofias (e filosofia) em Bakhtin. In: BRAIT, B. (Org.). Bakhtin: conceitos-chave. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 123-150.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2237-2083.27.1.453-482

Refbacks

  • There are currently no refbacks.
';



Copyright (c) 2018 Maria Marta Furlanetto

Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.

e - ISSN 2237-2083 

License

Licensed through  Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional