Linguística experimental: aferindo o curso temporal e a profundidade do processamento

Marcus Maia

Abstract


Discute-se, neste artigo, a aferição do curso temporal da computação dos subprocessos gramaticais e a avaliação da sua profundidade, nas três dimensões envolvidas necessariamente no estudo do processamento, a saber,os sujeitos, os métodos e o input linguístico. A inspeção sistemática do curso temporal do processamento de diferentes estruturas tem revelado que muitos subprocessos linguísticos são, frequentemente, subespecificados ou mesmo não especificados. O presente artigo investiga discrepâncias na aferição on-line e off-line de construções estruturalmente ambíguas em português,envolvendo os princípios da Aposição Mínima e da Aposição Local(cf. FRAZIER; 1979; FRAZIER; RAYNER, 1982), para demonstrar que, ao contrário do processo de análise sintática, que é imediato, a informação de natureza pragmática (plausibilidade) e lexical (subcategorização e traços[+humano/-humano]) é acessada tardiamente. Discrepâncias relacionadas aos grupos de sujeitos são também demonstradas no julgamento de ilhas sintáticas e discrepâncias relacionadas ao efeito good enough (cf. FERREIRAet al., 2002) com diferentes tipos de input linguístico são analisadas em estudos de rastreamento ocular.

Keywords


Linguística Experimental; Processamento de frases; Teoria do Garden-Path; Curso temporal; Profundidade do processamento; Rastreamento ocular

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2237-2083.21.1.9-42

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