Profecia e metarreflexividade: a figura de Proteu na encenação épica da poesia no Renascimento português

Roger Friendlein

Resumo


A figura do deus mitológico Proteu, conhecida na literatura antiga e do Renascimento pela sua capacidade de transformação, é usada de preferência em contextos marcados pela autorreflexividade. Assim, na épica portuguesa de Quinhentos, ele faz a sua primeira aparição no episódio da Ilha dos Amores (Lusíadas, IX-X), onde forma parte de uma complexa encenação narrativa em que se reflete acerca da poesia lírica e épica. A sua potencialidade metarreferencial será plenamente desenvolvida em Jerônimo de Corte Real: Naufrágio de Sepúlveda, e em Bento Teixeira: Prosopopeia, onde Proteu se torna imagem do poeta melancólico e do cantor épico. A partir daqui, pode-se identificar também um modelo concreto da Prosopopeia na literatura italiana renascentista.

Dans la poésie épique de l’antiquité et de la Renaissance italienne, le personnage mythologique de Protée est connu pour sa capacité extraordinaire de transformation, qui rend ce personnage idoine a être utilisé dans des contextes autoréflexifs. Ainsi il fait sa première apparition dans l’épique portugaise du seizième siècle dans l’épisode métaréférentiel de l’Île des Amours camonienne (Os Lusíadas, IX-X), où il fait partie d’une mise en scène complexe de la poésie. Dans Jerónimo de Corte-Real: Naufrágio de Sepúlveda et Bento Teixeira: Prosopopeia, le potentiel métaréférentiel du personnage sera pleinement développé. Protée y représente l’image du poète mélancolique ou bien du chanteur épique. Sur cette base on pourra identifier également un modèle concret de la Prosopopeia dans la littérature italienne de la Renaissance.


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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2359-0076.30.44.155-186

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Direitos autorais 2010 Roger Friendlein

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