Nacionalismo e cosmopolitismo nas Americanas, de Machado de Assis

José Américo Miranda

Resumo


Resumo: O terceiro livro de poesias de Machado de Assis, Americanas, sempre foi considerado pelos críticos uma adesão tardia do poeta ao indianismo romântico. A qualidade insuperável do livro, entretanto, exige que se o reexamine com mais cuidado. Este artigo procura compreender o contexto e o campo de forças em que a obra surgiu. Entre 1870 e 1875, após críticas severas à ausência de sinais da nacionalidade em seu segundo livro de poesias, Falenas, Machado de Assis dedicou-se a composição dos poemas que apareceram em Americanas. O resultado da incursão nesse campo é um entendimento insuspeitado antes do esforço interpretativo realizado aqui, neste artigo.

Palavras-chave: Poesia brasileira; nacionalismo literário; Machado de Assis.

Abstract: Machado de Assis' third poetry book, Americanas, has always been considered by critics as a late adherence of the poet to Romantic Indianism. The unique quality of the book, however, demands that it be re-examined more carefully. This article seeks to understand the context and field of forces in which the piece of writing emerged. Between 1870 and 1875, Machado de Assis devoted himself to the composition of the poems that appeared in Americanas, as a result of severe criticism against the absence of signs of nationality in his second book of poetry, Falenas. The analysis points to an understanding of Machado's poetry that has not been found elsewhere.

Keywords: Brazilian poetry; literary nationalism; Machado de Assis.


Palavras-chave


Brazilian poetry; literary nationalism; Machado de Assis.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.27.2.203-224

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