Transitando pelas veredas insólitas de Rosa: uma leitura de “Chronos kai Anagke” / Moving Through the Unusual Paths of Rosa: An Analysis of “Chronos kai Anagke”

Adilson dos Santos, Rita das Graças Felix Fortes

Resumo


Resumo: Publicado em 2011, pela Editora Nova Fronteira, o volume de contos Antes das primeiras estórias reúne quatro contos da juventude de João Guimarães Rosa (1908-1967) publicados na revista O Cruzeiro e no diário O Jornal. Apesar de ainda não terem conquistado a devida atenção por parte da crítica especializada, os contos dessa coletânea flertam com as vertentes do insólito ficcional e evidenciam uma faceta de sua obra que será posteriormente aprimorada nas narrativas de matriz regionalista. O objetivo do presente estudo é apresentar uma leitura do conto “Chronos kai Anagke” pelo viés de uma dessas vertentes. Com base no arcabouço teórico de Tzvetan Todorov e Filipe Furtado, pretende-se demonstrar que a narrativa rosiana se enquadra no que Todorov denomina “fantástico puro”.

Palavras-chave: João Guimarães Rosa; conto; insólito; fantástico.

Abstract: Published in 2011, by Nova Fronteira, the volume of short stories Antes das primeiras estórias brings together four short stories from the youth of João Guimarães Rosa (1908-1967) published in the magazine O Cruzeiro and in the daily O Jornal. Although they have not yet received due attention by the specialized critics, the short stories of this collection flirt with the strands of the literature of the unusual and show a facet of his work that will be further refined in the narratives of regionalist matrix. The aim of this study is to present an analysis of the short story “Chronos kai Anagke” through the perspective of one of these strands. Based on the theoretical framework of Tzvetan Todorov and Filipe Furtado, we will demonstrate that this short story fits into what Todorov calls “pure fantastic”.

Keywords: João Guimarães Rosa; short story; unusual; fantastic.


Palavras-chave


João Guimarães Rosa; conto; insólito; fantástico; João Guimarães Rosa; short story; unusual; fantastic.

Texto completo:

PDF

Referências


BÍBLIA DE JERUSALÉM. Tradução de Euclides Martins Balancin et al. São Paulo: Paulus, 2006.

BRANDÃO, Junito de Souza. Dicionário mítico-etimológico da mitologia grega. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 2 v.

CAUSO, Roberto de Sousa. Ficção científica, fantasia e horror no Brasil: 1875 a 1950. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

CEZAR, Adelaide Caramuru. O inquietante em “Droenha” de João Guimarães Rosa. Letras & Letras, Uberlândia, v. 2, n. 2, p. 507-515, 2012.

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Tradução de Vera Costa e Silva et al. 11. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997.

COVIZZI, Lenira Marques. Uma ficção insólita num mundo insólito. In: ______. O insólito em Guimarães Rosa e Borges. São Paulo: Ática, 1978. p. 25-47.

CUNHA, Fausto. A ficção científica no Brasil: um plante quase desabitado. In: ALLEN, L. David. No mundo da ficção científica. Tradução de Antonio Alexandre Faccioli e Gregório Pelegi Toloy. São Paulo: Summus, 1974. p. 5-20.

FLORA, Fábio. Segundas estórias: uma leitura sobre Joãozito Guimarães Rosa. Rio de Janeiro: Quartet, 2008.

FRANÇA, Julio; SILVA, Daniel Augusto P. Aspectos góticos na estrutura narrativa de “Sarapalha”, de Guimarães Rosa. Nonada, Porto Alegre, v. 2, n. 29, p. 185-200, 2017.

FURTADO, Filipe. A construção do fantástico na narrativa. Lisboa: Livros Horizonte, 1980.

GAMA-KHALIL, Marisa Martins. O real maravilhoso deslocado em “A santa”, de Gabriel García Márquez, e ocultado em “A menina de lá”, de Guimarães Rosa. Revista Semioses, Rio de Janeiro, v. 1, n. 7, p. 92-100, 2010.

GARCÍA, Flavio. Quando a manifestação do insólito importa para a crítica literária. In: GARCÍA, Flavio; BATALHA, Maria Cristina (org.). Vertentes teóricas e ficcionais do insólito. Rio de Janeiro: Caetés, 2012. p. 13-29.

HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Grande dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

LURKER, Manfred. Dicionário de deuses e demônios. Tradução de Cecília Camargo Bartalotti e Marcelo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

LURKER, Manfred. Dicionário de simbologia. Tradução de Mario Krauss e Vera Barkow. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

MELO, Flávio García Queiroz de; PERIM, Regina Silva Michelli. A ficcionalidade insólita de Fita verde no cabelo: nova velha estória, de João Guimarães Rosa. Nonada, Porto Alegre, v. 2, n. 29, p. 130-151, 2017.

PALMÉRIO, Mário. Errância através do mundo roseano. In: PROENÇA, Ivan Cavalcanti (org.). Seleta de Mário Palmério. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: INL, 1973. p. 132-164.

QUEIRÓS, Olívia Dias. A magia do sertão de Rosa. 2014. 99 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) – Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2014.

ROSA, João Guimarães. Antes das primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.

ROSA, João Guimarães. Ave, palavra. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 22. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

SILVA, Antonia Marly Moura da. O confronto do real e do impossível em dois contos de João Guimarães Rosa. Revista Abusões, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 154-180, 2016. DOI: https://doi.org/10.12957/abusoes.2016.25724.

TAVARES, Braulio. A pulp fiction de Guimarães Rosa. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2008.

TEIXEIRA, Ivan. As primeiríssimas estórias de Guimarães Rosa. In: CASTILHO, Ataliba T. de; MEGALE, Heitor; HANSEN, João Adolfo et al. Para Segismundo Spina: língua, filologia, literatura. São Paulo: Editora da USP; Iluminuras, 1995. p. 151-155.

TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. Tradução de Maria Clara Correa Castelo. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2004.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.29.4.188-213

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2020 Adilson dos Santos, Rita das Graças Felix Fortes

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
ISSN 0102-4809 (impressa) / ISSN  2358-9787 (eletrônica)

License

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.