Impressões (des)arquiviolíticas homo-bio-ficcionais da exterioridade: Silviano Santiago e suas/nossas Mil rosas roubadas / (Un)Archiviolitical Impressions Homo-Bio-Ficcional of Exteriority: Silviano Santiago and His/Ours Mil rosas roubadas

Pedro Henrique Alves de Medeiros, Edgar Cézar Nolasco

Resumo


Resumo: A partir da fronteira-sul, biolócus geoistórico e sobretudo epistemológico, a qual pensamos e erigimos nossas reflexões crivadas e atravessadas pelos nossos corpos fronteiriços e pelas nossas sensibilidades biográficas/locais de pesquisadores situados em um lócus periférico, buscaremos, assentados em uma teorização de caráter crítico-biográfico fronteiriço (NOLASCO, 2015), e em uma metodologia eminentemente bibliográfica, (des)arquivar o projeto da exterioridade homo-bio-ficcional do intelectual mineiro Silviano Santiago, essencialmente no que convém ao seu romance escrevivente Mil rosas roubadas (2014). Dessa forma, optamos por trabalhar com a impressão do arquivo do mal/da exterioridade (NOLASCO, 2018a) de Silviano na tentativa de abri-lo, (des)arquivá-lo. Ao fazê-lo, (des)arquivamos as nossas próprias histórias e sensibilidades. Subsidiados pelo discurso ensaístico crítico-biográfico fronteiriço, ao escrevermos e teorizarmos acerca desse projeto homo-bio-ficcional (des)arquivando-o, expomo-nos, sofremos de um mal. Nesse prisma, o espaço biográfico o qual nossas reflexões se aquilatam é da ordem dos afetos, das sensibilidades, da sobrevida, contudo, sempre respaldado pela distância, lugar reservado à crítica e à amizade política (NOLASCO, 2010).

Palavras-chave: crítica biográfica fronteiriça; arquivo; Silviano Santiago.

Abstract: Our research is based on the South-frontier, biolócus geoistórico and mainly epistemological, where we think and erect our thinking trespassed through our frontier bodies and our biographic/local sensibilities as researches located in a subaltern locus. Our research is based on a biographical-critical theorization (NOLASCO, 2015), and in a bibliographical methodology. As from that, we will (un)archive the homo-bio-ficcional exteriority project of Silviano Santiago, a Brazilian intellectual from Minas Gerais, especially with which is related to his escrevivente novel Mil rosas roubadas (2014). In this way, we willwork with the archive of the evil/of Silviano’s exteriority impression (NOLASCO, 2018a), trying to open it, to (un)archive it. When we do it, our own histories and sensitivities are (un)archived. Based on the essayistic biographical-critical frontier speech while writing and theorizing about this homo-bio-fictional project, (un)archiving it, we expose ourselves, we suffer from the evilness. Therefore, the biographical space in which our reflections are based is of the affection order, of the sensitivities and of the sobrevida, but it is also back up for the distance, place reserved to the critics and the politicized friendship (NOLASCO 2010).

Keywords: frontier biographical criticism; archive; Silviano Santiago.


Palavras-chave


crítica biográfica fronteiriça; arquivo; Silviano Santiago; frontier biographical criticism; archive; Silviano Santiago.

Texto completo:

PDF

Referências


ANZALDÚA, G. Borderlands/la frontera: The New Mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 2007.

ARFUCH, L. A auto/biografia como (mal de) arquivo. In: MARQUES, R.; SOUZA, E. M. de (org.). Modernidades alternativas na América Latina. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. p. 370-382.

BARTHES, R. Roland Barthes por Roland Barthes. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo, 2003.

CORACINI, M. J. Memória em Derrida: uma questão de arquivo e de sobre-vida. Cadernos de Estudos Culturais, Campo Grande, n. 4, p. 125-136, 2010.

DERRIDA, J. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Tradução de Claudia de Moraes Rego. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

LOPES, D. Do entre-lugar ao transcultural. In: ______. No coração do mundo: paisagens transculturais. Rio de Janeiro: Rocco, 2012. p. 21-46.

MARQUES, R. O arquivamento do escritor. In: MIRANDA, W. M.; SOUZA, E. M. de (org.). Arquivos literários. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p. 141-156.

MIGNOLO, W. Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Tradução de Solange Ribeiro de Oliveira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

MONTERO, R. A louca da casa. Tradução de Paulina Wacht e Ari Roitman. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2004.

NASCIMENTO, N. de A. A vida como literatura e a literatura para viver: apontamentos sobre a ficção de Silviano Santiago. In: WEINHARDT, M. (org.). Ficções contemporâneas: histórias e memórias. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2015. DOI: https://doi.org/10.7476/9788577982141.0006

NOLASCO, E. C. Crítica biográfica fronteiriça (Brasil/Paraguai/Bolívia). Cadernos de Estudos Culturais, Campo Grande, n. 14, p. 47-63, 2015.

NOLASCO, E. C. Habitar a exterioridade da fronteira-sul. Cadernos de Estudos Culturais, Campo Grande, v. 2, p. 75-100, 2018a. Disponível em: http://seer.ufms.br/index.php/cadec/article/view/7771. Acesso em: 20 jun. 2019.

NOLASCO, E. C. O oráculo da fronteira. São Paulo: Intermeios: 2018b.

NOLASCO, E. C. Políticas da crítica biográfica. Cadernos de Estudos Culturais, Campo Grande, n. 4, p. 35-50, 2010.

PESSANHA, J. G. Recusa do não-lugar. São Paulo: Editora UBU, 2018.

ROUDINESCO, E. A análise o arquivo. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

SANTIAGO, S. Literatura e cultura de massa. In: SANTIAGO, S. O cosmopolitismo do pobre. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. p. 106-124.

SANTIAGO, S. Mil rosas roubadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

SANTOS, B. de S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SANTOS, B. de S.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 31-83.

SCHNEIDER, M. Ladrões de palavras: ensaio sobre o plágio, a psicanálise o pensamento. Campinas: Editora da UNICAMP, 1990.

SOUZA, E. M. de. Crítica Cult. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

SOUZA, E. M. de. Janelas indiscretas: ensaios de crítica biográfica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. DOI: https://doi.org/10.7476/9788542303032




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.29.3.227-243

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2020 Pedro Henrique Alves de Medeiros, Edgar Cézar Nolasco

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
ISSN 0102-4809 (impressa) / ISSN  2358-9787 (eletrônica)

License

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.