Uma introdução ao livro Poemas de Ovídio Saraiva

Adriano Lima Drumond

Resumo


Resumo: Nascido no Piauí, o poeta neoclássico Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva (1787-1852) ainda é um nome pouco conhecido no Brasil. Desde meados do século XX, a historiografia literária piauiense e alguns estudos acadêmicos regionais têm se dedicado à sua obra, sobretudo ao livro Poemas, publicado em 1808. A abordagem desses trabalhos, geralmente, desconsidera informações importantes sobre o contexto das relações socioculturais entre o Brasil-colônia e sua Metrópole, Portugal, e sobre as codificações e convenções da poética neoclássica. Este artigo se propõe a compreender o livro Poemas à luz dessas duas dimensões – histórica e estética – conforme o entendimento hoje dominante acerca da poesia luso-brasileira no Setecentos e no início do Oitocentos.


Palavras-chave: Ovídio Saraiva; Poemas; Neoclassicismo; Literatura colonial lusófona.


Abstract: Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva (1787-1852), neoclassical poet born in the Captaincy of Piauí (today state of Piauí), is a relatively unknown author in Brazil. Since the mid-20th century, literary critics, scholars and researchers in Piauí have devoted their time to studying his poetic works, especially the book Poemas, published in 1808. Most of these studies, however, disregard important information about either the context of sociocultural relations between colonial Brazil and Portugal, or neoclassicism’s normative and prescriptive doctrine. This essay seeks to understand Poemas in light of the historical and esthetic dimensions, based on current perspectives about the Luso-Brazilian poetry in 17th and early 18th century.

Keywords: Ovídio Saraiva; Poemas; Neoclassicism; Lusophone Colonial Literature.


Palavras-chave


Ovídio Saraiva; Poemas; Neoclassicismo; Literatura colonial lusófona; Neoclassicism; Lusophone Colonial Literature..

Texto completo:

PDF

Referências


ABRANTES, Marquês de. Centenario de uma guerra peninsular (1808-1908). In: O archeologo português. Lisboa: Museu Etnográfico Português, 1908. p. 138-160. v. 13.

ALIGHIERI, Dante. A divina comédia: Inferno. Edição bilíngue. Tradução e notas de Italo Eugenio Mauro. São Paulo: Editora 34, 2000.

ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Crítica e variedade. Rio de Janeiro: Globo, 1997.

BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Sonetos. Belo Horizonte: Garnier, 1994. (Coleção dos autores célebres da literatura estrangeira, v. 1).

BORGES, Jorge Luis. Ficções. 3. ed. Tradução de Carlos Nejar. Rio de Janeiro: Globo, 2003.

BRAGA, Teófilo. História da literatura portuguesa: os árcades. 3. ed. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2005. v. 4.

CAMÕES, Luís Vaz de. Sonetos. Organização de Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Lacerda, 1998.

CANDIDO, Antonio; CASTELLO, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira: das origens ao romantismo. 3. ed. rev. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1968. v. 1.

COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1968.

DENIPOTI, Claudio; PEREIRA, Magnus Roberto de Mello. Feitiçaria e iluminismo: traduções e estratégias editoriais em Portugal no século XVIII. Maracanan, Rio de Janeiro, v. 10, n. 10, p. 48-63, 2014.

FREIRE, Francisco Joseph. Arte poética: ou regras da verdadeira poesia em geral, e de todas as suas especies principaes, tratadas com juizo critico. 2. ed. Lisboa: Officina Patriarcal de Francisco Luiz Ameno, 1759. t. 2.

GAMA, Basílio da. O Uraguai. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. (Coleção Descobrindo os Clássicos).

GARÇÃO, Pedro Antonio Correia. Obras poéticas. Lisboa: Régia Officina Typografica, 1778.

GARRETT, Almeida. Bosquejo da história da poesia e língua portuguesa. In: GARRETT, Almeida. Obras de Almeida Garrett. Porto: Lello & Irmão, 1963. p. 477-517.

HANSEN, João Adolfo. A máquina do mundo. In: NOVAES, Adauto (org.). Poetas que pensaram o mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 157-197.

HORÁCIO. Arte poética. In: ARISTÓTELES; HORÁCIO; LONGINO. A poética clássica. 19ª ed. Trad. Jaime Bruna. São Paulo: Cultrix, 2013. p. 53-68.

KURY, Mário da Gama. Dicionário de mitologia grega e romana. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.

LIMA, Luiz Romero. Presença da literatura piauiense. 3. ed. rev. e ampliada. Teresina: Halley, 2003.

LOURENÇO, Eduardo. Da literatura como interpretação de Portugal. In: LOURENÇO, Eduardo. O labirinto da saudade: psicanálise mítica do destino português. 7. ed. Lisboa: Gradiva, 2010. p. 80-117.

LUZÁN, Ignacio de. La poética: o reglas de la poesía en general, y de sus principales especies. Zaragoza: Francisco Revilla, 1737. Disponível em: https://bit.ly/3GnL3Sm. Acesso em: 25 maio 2022.

MARTINS, José Cândido. Para uma leitura da poesia neoclássica e pré-romântica. Lisboa: Presença, 2000.

MORAES, Herculano. Visão histórica da literatura piauiense. 2. ed. Teresina: Hércules/APL, 1982.

NETO, Adrião. Literatura piauiense para estudantes. Teresina: EDUFPI, 1996.

PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Bocage e o legado clássico. Humanitas: Revista de Estudos Clássicos, Coimbra, v. 19-20, p. 267-302, 1967-1968.

SANTOS, Eugénio Francisco dos. José Bonifácio revisitado: o universitário e o militar. História: Revista da Faculdade de Letras, Porto, v. 9, p.281-313, 2008.

SARAIVA, António José; LOPES, Óscar. História da literatura portuguesa. 5. ed. Porto: Porto Editora, 1966.

SILVA, Ovídio Saraiva de Carvalho e. Poemas. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 1808.

TEIXEIRA, Ivan. Mecenato pombalino e poesia neoclássica. São Paulo: Edusp, 1999.

VERÍSSIMO, José. História da literatura brasileira: de Bento Teixeira (1601) a Machado de Assis (1908). Porto Alegre: Edelbra, 2005.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.31.2.141-173

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2022 Adriano Lima Drumond, Adriano Lima Drumond

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
ISSN 0102-4809 (impressa) / ISSN  2358-9787 (eletrônica)

License

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.