Sujeito e modernidade na poética de Carlos Drummond de Andrade

Marlise Sapiecinski

Resumo


É entendendo que as relações contraditórias do movimento poéticomoderno nunca foram tranqüilas é que se pretende pensar a poética deCarlos Drummond de Andrade, tendo em vista a questão do sujeito nalírica moderna e suas correspondências com a problemática damodernidade, considerando-se, sobretudo, a consciência que o artistapassa a ter de seu próprio papel histórico. Nesse sentido, foram evidenciadasas relações entre poesia, filosofia e história na tentativa de melhorcompreensão do universo poético do autor. Seja através da imagem dodandy baudelairiano ou na figura gauche de Drummond, ou mesmo nomutismo de Rimbaud, revela-se o profundo sentido da condição do poetamoderno: abandonado à sua própria fatalidade, ele está condenado àmissão primordial de apontar a caducidade e a barbárie de seu tempo,ainda que muitas vezes o faça pelo avesso, pronunciando-se por meio dosilêncio ou encarcerando a linguagem em si mesma, pois há muito nãoconsegue integrá-la nos discursos da sociedade. A modernidade, comodisse Alfredo Bosi, se dá como recusa e ilhamento. Mas a despeito dissotudo, e a tudo isso resistindo, paradoxalmente, o poeta moderno nãodeixou de penetrar seu tempo com a lâmina afiada do olhar que lançasobre todas as coisas. Foi o que fez Drummond, com a força de um lirismointerpretativo que elevou a poesia brasileira aos mais altos níveis da criaçãoartística universal.

Palavras-chave


Sujeito; Modernidade; História.

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.8.0.165-182

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O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira
ISSN 0102-4809 (impressa) / ISSN  2358-9787 (eletrônica)

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