O Tradutor Seletor: uma breve análise da “neutralidade” da tradução na canção do Chapéu Seletor em Harry Potter / The Sorting Translator: a Brief Analysis of Translation “Neutrality” in the Sorting Hat Song, on Harry Potter

Filipe Cianconi Rodrigues, Fábio da Silva Fortes

Abstract


Resumo: A teoria logocêntrica vê o significado de um texto como fixo, imutável, a depender somente das intenções conscientes do autor que o escreveu. Entretanto, na tradução é comum que o tradutor insira aspectos de seu contexto sociocultural, modificando aspectos do texto fonte para adaptá-lo à língua de chegada. Dessa forma, este artigo tem o objetivo de demonstrar, através da análise e comparação em três idiomas (inglês, português e latim) da canção do Chapéu Seletor, em Harry Potter e a Pedra Filosofal, que o ponto de vista desconstrutivista – que traz a ideia da mutabilidade do sentido – tem mais a oferecer e se encaixa melhor na perspectiva tradutória do que a noção do significado imutável.

Palavras-chave: desconstrução; tradução; logocentrismo; Harry Potter.

Abstract: The logocentric theory takes the meaning of a text as established, unchanging, depending on the conscious intentions of the author who wrote it. However, in Translation, it is common the translator to insert aspects of his/her sociocultural context, modifying aspects of the source text to adapt it to the target language. Therefore, this article aims at demonstrating, through the analysis and comparison among three languages (English, Portuguese and Latin) of the Sorting Hat song, in Harry Potter and the Philosopher’s Stone, that the deconstructive point of view – which brings the meaning mutability idea – has more to offer and fits better in the translation perspective than the notion of immutable meaning.

Keywords: deconstruction; translation; logocentrism; Harry Potter.


Keywords


desconstrução; tradução; logocentrismo; Harry Potter; deconstruction; translation; logocentrism.

References


ARROJO, Rosemary. Oficina de Tradução: a teoria na prática. São Paulo: Ática, 2007.

ARROJO, Rosemary. A desconstrução do logocentrismo e a origem do significado. In: ______ (org.). O signo desconstruído: implicações para a tradução, a leitura e o ensino. Campinas, SP: Pontes, 2003a. p.35-39.

ARROJO, Rosemary. Compreender x interpretar e a questão da tradução. In: ______ (org.). O signo desconstruído: implicações para a tradução, a leitura e o ensino. Campinas, SP: Pontes, 2003b. p. 67-70.

ARROJO, Rosemary. As questões teóricas da tradução e a desconstrução do logocentrismo: algumas reflexões. In: ______ (org.). O signo desconstruído: implicações para a tradução, a leitura e o ensino. Campinas, SP: Pontes, 2003c. p. 71-79.

ARROJO, Rosemary. As questões teóricas da tradução e a desconstrução do logocentrismo: algumas reflexões. In: ______ (org.). O signo desconstruído: implicações para a tradução, a leitura e o ensino. Campinas, SP: Pontes, 2003d. p. 71-79

ARROJO, Rosemary; RAJAGOPALAN, Kanavillil. A noção de literalidade: metáfora primordial. In: ARROJO, Rosemary (org.). O signo desconstruído: implicações para a tradução, a leitura e o ensino. Campinas, SP: Pontes, 2003. p. 47-55.

CASSIN, Barbara et al. Lógos. In: Dictionary of Untranslatables. A Philosophical Lexicon. Princeton: Princeton University Press, 2013. p. 581-593.

CÍCERO. De optimo genere oratorum/ O melhor dos gêneros de oradores. Tradução de Brunno Vinicius Gonçalves Vieira e Pedro Colombaroli Zoppi. Revista Scientia Traductionis, Florianópolis, n. 10, p. 5-15, 2011.

COSERIU, Eugenio. System, Norm und Rede. In: ______. Sprache, Strukturen und Funktionem. Tübingen: Narr, 1970. p. 193-212.

DERRIDA, Jacques. Of Grammatology. Trad. G. C Spivak. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1975.

FORTES, Fábio da Silva; PRATA, Patricia. Considerações sobre métodos e metodologias de ensino de latim no Brasil. In: AMARANTE, José; LAGES, Luciene. Mosaico Clássico: variações acerca do mundo antigo. Salvador: UFBA, 2012. p. 167-185.

GENTZLER, Edwin. Teorias contemporâneas da tradução. Tradução de Marcos Malvezzi. 2. ed. ver. São Paulo: Madras, 2009.

HAVELOCK, Eric. A. Preface to Plato. Cambridge, MS: Harvard University Press, 1994.

HAVELOCK, Eric. The Muse Learns to Write. Reflections on Orality and Literacy from Antiquity to Present. New Haven: Yale University Press, 1986.

HÖNIG, Hans G.; KUSSMAUL, Paul. Strategie der Übersetzung. Ein Lehr- und Arbeitsbuch. Türbingen: Narr, 1982.

HORÁCIO. Ars poética/Arte poética. Introdução, tradução e comentários de R. M. Rosado Fernandes. Lisboa: Editorial Inquérito, 1992.

JOHNSON, Barbara. A fidelidade considerada filosoficamente. In: OTTONI, Paulo (org.). Tradução: a prática da diferença. Campinas: Editora da Unicamp, 2005. p. 29-35.

KELLY, Louis G. History of translation. In: KOERNER, E. F. K.; ASHER, R. E. (ed.) Concise History of the Language Sciences: From the Summerians to the Cognitivists. Pergamon: Cambridge University Press, 1995. p. 419-430.

NIDA, Eugene A. Language Structure and Translation. California: Stanford University Press, 1975.

OS LIMITES da imortalidade (temporada 1, ep. 8). (Des)Encanto [seriado]. Direção: Brian Sheesley. Netflix. USA: Produtora: The Curiosity Company Rough Draft Studios, 2018, (25min.), son., color. Disponível em: https://www.netflix.com/watch/80145121?trackId=13752289&tctx=0%2C7%2Cd1f27949-821f-4671-b7ae-486752bb4053-99515384%2C%2C. Acesso em: 9 out. 2019.

OXFORD LATIN DICTIONARY. Oxford: The Clarendon Press, 1968.

ROWLING, Joanne K. Harry Potter and the Philosopher’s Stone. London: Bloomsbury, 2017. p. 125-126.

ROWLING, Joanne K. Harry Potter e a pedra filosofal. Ilustrações de Mary GrandPré. Tradução de Lia Wyler. Rio de Janeiro: Rocco, 2015. p. 89.

ROWLING, Joanne K. Harrius Potter et philosophi lapis. Latin translation by Peter Needham. London: Bloomsbury, 2003. p. 95-96.

SCATOLIN, Adriano. Introdução. In: CÂNTICO dos Cânticos [Salomão]. Tradução de Antonio Medina Rodrigues. São Paulo: Hedra, 2011.

SMALL, Jocelyn Penny. Wax Tablets of the Mind. Cognitive Studies of Memory and Literacy in Classical Antiquity. Londres: Routledge, 1997.

SNELL-HORNBY, Mary. Translation as a cross-cultural event. In: SNELL-HORNBY, Mary. Translation Studies: An Integrated Approach. Amsterdam; Philadelphia: John Benjamins, 1995.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2237-2083.28.1.391-416

Refbacks

  • There are currently no refbacks.
';



Copyright (c) 2019 Filipe Ciandoni Rodrigues, Fábio da Silva Fortes

Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.

e - ISSN 2237-2083 

License

Licensed through  Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional