As cidades de Proust: um estudo sobre o estatuto dos nomes de cidades na literatura de Marcel Proust

Adson Cristiano Bozzi Ramatis Lima

Abstract


É bem conhecido que os nomes não são neutros, posto que indicam certos estados, objetos, fatos e situações, e aquele que faz uso de um nome pode estar se referindo a algo que, longe de deixá-lo“indiferente”, desperta-lhe uma viva emoção. Esta capacidade que as palavras possuem de remeter a conteúdos fortemente simbólicos retira-as do mundo dos signos para inscrevê-las em um domínio que poderíamos muito bem nomear de o seu “poder de evocação”. Já foi amplamente discutido qual é a importância do nome próprio na literatura de Marcel Proust, sobretudo na teoria anunciada no últimocapítulo do livro Du côté de chez Swann, e, neste sentido, é mister perceber que os nomes das cidades não apenas se referem a entidades geográficas, mas as moldam, as constroem, na medida em que criam uma expectativa. E pode ser uma cidade ainda desconhecida, ou uma cidade já conhecida evocada pela lembrança. O objetivo deste artigo, então, é demonstrar a importância do nome próprio – e, mais especificamente, nomes de cidades – na obra capital de Proust.

Keywords


Literatura francesa; Marcel Proust; Nomes de cidades

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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2237-2083.17.2.215-229

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