Nos caminhos sem fim de Paris: um encontro com Giacometti

Rodrigo Freitas Rodrigues

Resumo


Resumo: O presente artigo versa sobre a imagem alegórica da cidade como registro da flânerie. O texto pretende revelar possíveis correspondências entre as imagens poéticas sugeridas nos versos de Baudelaire e a Paris sans fin, cidade gravada por Giacometti. Em ambos os casos o espaço urbano assume outra conotação, a qual excede a mera ordem geográfica e física de seus elementos, para também sugerir aspectos simbólicos e metafóricos. A leitura desses registros poéticos e artísticos faz do leitor contemporâneo um flâneur, ao permitir deambulações pelas ruas, narradas nas páginas de um livro, ou impressas nas folhas de um álbum de gravuras. Isso acontece porque a errância pós-moderna prescinde da experiência direta do mundo e a cidade pode ser apenas uma imagem alegórica.

Abstract: This article is about the alegoric cityscape as a flânerie note. The text intends to reveal possible similarities between the poetic images, suggested in Baudelaire’s verses and Giacometti’s engraved city, Paris Sans Fin. In both cases the urban space gets another connotation, it exceeds the mere geografic or phisic order of the elements and even represents symbolic and metaphoric aspects. A modern reader becomes himself a “flâneur” when reads these poetic and artistic notes. It is possible to rove through the narrated streets in a book or printed on the pages of an engraving scrapbook. The post modern wanderings do not need the real experience anymore, and the city can be only an alegoric image.

Keywords: Art; poetry; engraving; flâneur; cityscape.


Palavras-chave


arte; poesia; gravura; flâneur; imagem da cidade.

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/1809-8150.2.4.65-73

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