Aquela que diz não à sombra: biografia e obra da escritora martinicana Françoise Ega / The One Who Denies Her Shadow: Life and Work of the Martinican Writer Françoise Ega

Samanta Vitória Siqueira, Karina de Castilhos Lucena

Resumo


Resumo: Este artigo apresenta a biografia e as obras da escritora, empregada doméstica e militante social martinicana Françoise Ega (1920-1976) buscando dar visibilidade para sua trajetória de vida e para suas publicações ainda pouco conhecidas nos círculos acadêmicos e literários brasileiros. Primeiramente, apresentamos a biografia da autora com foco em seus deslocamentos e atuação política. Depois, comentamos brevemente suas obras Le temps de madras (1966), Lettres à une noire (1978) e L’Alizé ne soufflait plus (2000), relacionando-as com a vida da autora e com a sociedade martinicana. Por fim, sob uma perspectiva que não dissocia literatura e sociedade e que considera a história específica de socialização de mulheres diaspóricas afrodescendentes, propõe-se uma reflexão sobre o lugar de intelectuais negras na história da literatura latino-americana.

Palavras-chave: Françoise Ega; escritoras diaspóricas; literatura antilhana.

Abstract: This paper presents the biography and works of Martinican writer, laborer and social activist Françoise Ega (1920-1976), seeking to shed light on her life story and her lesser known publications among Brazilian academic and literary circles. Firstly, we present the writer’s biography, focusing on her relocations and political engagement. Secondly, we introduce Ega’s works Le temps de madras (1966), Lettres à une noire (1978) and L’Alizé ne soufflait plus (2000), and their relationship with both her life and the Martinican society. Ultimately, from a perspective which compromises literature and society, acknowledging the specific socialization history of diasporic women of African descent, we propose a reflection on the role of black women intellectuals in the history of Latin American literature.

Keywords: Françoise Ega; diasporic writers; Antillean literature.


Palavras-chave


Françoise Ega; escritoras diaspóricas; literatura antilhana; Françoise Ega; diasporic writers; Antillean literature.

Texto completo:

PDF

Referências


CÉSAIRE, A.; MÉNIL, R. Tropiques – 1941-1945. Paris: Jean-Michel Place, 1978.

CONDÉ, M. La parole des femmes – essai sur des romancières des Antilles de langue française. Paris: Éditions L’Harmattan, 1993.

DALCASTAGNÈ, R. Cartas lançadas a um oceano fora do tempo. Suplemento Pernambuco, Recife, [2008?]. Disponível em: https://www.suplementopernambuco.com.br/edi%C3%A7%C3%B5es-anteriores/2008-cartas-lan%C3%A7adas-a-um-oceano-fora-do-tempo.html. Acesso em: 30 jun. 2020.

DESQUESNES, N. Celle qui dit non à l’ombre – Françoise Ega, une bonne écrivaine. Z – Revue Itinérante d’Enquête et de Critique Sociale, Marseille, n. 10, p. 22-33, 2016-2017.

EGA, F. L’alizé ne soufflait plus. Paris: Éditions L’Harmattan, 2000.

EGA, F. Le temps des madras. Paris: Éditions L’Harmattan, 1989.

EGA, F. Lettres à une noire – récit antillais. Paris: Éditions L’Harmattan, 1978.

FRANÇOISE Ega: Celle qui dit non à l’ombre. Vivre ensemble Mam’Ega, Marseille. Disponível em: https://vivreensemble.org/francoise-ega/. Acesso em: 3 set 2020.

JESUS, C. M. de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.

LE Bumidom (1963-1981). Une Autre Histoire, [S.l.]. Disponível em: http://une-autre-histoire.org/le-bumidom/. Acesso em: 3 set. 2020.

MADRAS. Histoire du Madras. Madras Traditions, Fort de France. Disponível em: http://madras-traditions.com/content/12-le-madras. Acesso em: 3 set. 2020.

MONNEROT, É. Préface. In: EGA, F. Le temps des madras. Paris: Éditions Harmattan, 1989.

QUIJANO, A. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: ______.Cuestiones y horizontes: de la dependencia histórico-estructural a lacolonialidad/descolonialidad del poder. Selección y prologo a cargo de Danilo Assis Clímaco. Buenos Aires: CLACSO, 2014. p. 286-328.

SILVA, L. R. da. Não me chame de mulata: uma reflexão sobre a tradução em literatura afrodescendente no brasil no par de línguas espanhol-português. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, v. 57, n. 1, p. 71-88, abr. 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/010318138651618354781. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132018000100071&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 30 jun. 2020.

SIQUEIRA, S. “Tudo o que tu escreveste, eu sei” – a tradição de uma literatura escrita por mulheres diaspóricas: o encontro da brasileira Carolina Maria de Jesus com a martinicana Françoise Ega. Nau Literária, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 129-147, 2020. DOI: https://doi.org/10.22456/1981-4526.104860. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/NauLiteraria/article/view/104860/57406. Acesso em: 3 set. 2020.

SIQUEIRA, S. A voz antilhana registrada por Ina Césaire: desafios de tradução da oralitura em Contes de nuits et de jours aux Antilles. Porto Alegre: Bestiário, 2020.

VERGÈS, F. Entretien avec Françoise Vergès. “Mettre en théorie et en pratique le príncipe de déplacement”. Comment S’en Sortir?, France,

n. 1, 2015. Disponível em: https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-02407697/file/css-1_2015_verges_mettre-en-pratique-et-en-theorie-le-principe-de-deplacement.pdf. Acesso em: 3 set 2020.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2238-3824.25.3.57-75

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2020 Samanta Vitória Siqueira, Karina de Castilhos Lucena

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.