Le Cygne de Charles Baudelaire: a emergência da alegoria entre-mundos a partir da flânerie// Le Cygne by Charles Baudelaire: the emergence of the between-worlds allegory from the flânerie

Andressa Cristina de Oliveira, Thaís de Carvalho Eduardo

Resumo


Resumo: Desde sua origem, o caminhar enquanto prática estética está estritamente ligado à ociosidade, e essa característica permite o privilégio de realizá-lo através do ritmo da errância. Essa prática tem um elo muito forte, sobretudo, com a produção simbólica humana, desde os primórdios. Assim, enquadra-se em uma atitude simbólica e libertadora para o caminhante. Neste trabalho, almejamos analisar como a soma de metáforas, de onde emerge todo o significado da modernidade histórica baudelairiana, materializada na alegoria do Cisne enquanto poeta e exilado em seu próprio tempo, se apresenta no poema Le Cygne (“O Cisne”) publicado na seção Tableaux Parisiens da segunda edição de Fleurs du mal em 1861 à luz da interpretação de Benjamin (1984, 2009, 2019) e Hanson (2006) sobre alegorias e dos estudos de Hazan (2017) sobre a transformação urbana de Paris no século XIX.
Palavras-chave: Caminhada; Baudelaire; Flânerie; Errância; Modernidade; Alegoria.


Abstract: Since its origin, walking as an aesthetic practice has been strictly linked to idleness, and this characteristic allows the privilege of doing it through the rhythm of wandering. This practice has a very strong link, above all, with human symbolic production since the beginning. Thus, it fits into a symbolic and liberating attitude for the walker. In this work, we aim to analyze how the sum of metaphors, from which the whole meaning of Baudelaire’s historical modernity emerges, materialized in the allegory of the Swan as a poet and exiled in his own time, is presented in the poem Le Cygne (“The Swan”) published in Tableaux Parisiens section of the second edition of Fleurs du mal in 1861 in the light of Benjamin’s (1984, 2009, 2019) and Hanson’s (2006) interpretation of allegories and of Hazan’s (2017) studies on the urban transformation of Paris in the 19th century.
Keywords: Walk; Baudelaire; Flânerie; Wanderlust; Modernity; Allegory.


Palavras-chave


Baudelaire; Flânerie; Modernidade

Texto completo:

PDF

Referências


BAUDELAIRE, C. Baudelaire Œuvres complètes I. Édition établie par Claude Pichois. Bibliothèque de la Pléiade. Paris : Gallimard, 1975. vol. I. p. 1605.

BAUDELAIRE, C. Sobre a modernidade: o pintor da vida moderna. Organizador: Teixeira Coelho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).

BAUDELAIRE, C. As flores do mal. Edição bilíngue. Tradução, introdução e notas de Ivan Junqueira. 1 ed. especial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.

BAUDELAIRE, C. Pequenos poemas em prosa: O spleen de Paris. Prefácio de Marcelo Jacques Moraes; tradução e notas de Isadora Petry e Eduardo Veras. São Paulo: Via Leitura, 2018.

BENJAMIN, W. Origem do drama barroco alemão. Tradução, apresentação e notas: Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1984.

BENJAMIN, W. Passagens. Tradução Irene Aron e Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: Ed. UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2009.

BENJAMIN, W. Sobre alguns motivos na obra de Baudelaire. In: Baudelaire e a modernidade. Tradução de João Barrento. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

CARERI, F. Walkscapes: o caminhar como prática estética. Prefácio de Paola Berenstein Jacques; [tradução de Frederico Bonaldo]. São Paulo: Editora G. Gili, 2013.

CHEVALIER, J. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Tradução de Vera Costa e Silva. 8 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1994.

COVERLEY, M. A arte de caminhar: o escritor como caminhante. Tradução Cristina Cupertino. São Paulo: Martins Fontes - selo Martins, 2014.

HANSEN, J. A. Alegoria – construção e interpretação da metáfora. São Paulo, SP: Hedra; Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2006.

HAZAN, E. A invenção de Paris: a cada passo uma descoberta. Tradução Mauro Pinheiro. 1 ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2017.

LAUREL, M. H. A. Itinerários da Modernidade. Paris, espaço e tempo da modernidade poética em Charles Baudelaire. 1ª ed. Coimbra: Minerva, 2001. (Minerva literatura; 6).

OVÍDIO. Metamorfoses. Tradução de Manuel Bocage. Porto Alegre, RS: Concreta, 2016. E-book.

PAZ, O. O arco e a lira. Tradução: Ari Roitman e Paulina Wacht. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

QUARANTINI, F. Z. « Andromaque » au Carrousel : Une lecture de Le Cygne. Revue italienne d’études françaises [En ligne], 2 | 2012, mis en ligne le 15 décembre 2012. Disponible sur : http://journals.openedition.org/rief/867. Consulté le :12 jul. 2022.

ROUSSEAU, J. J. Les rêveries du promeneur solitaire. In: ROUSSEAU, J. J. Œuvres Complètes I. Lonrai: Gallimard, 1959. p. 991-1099.

ROUSSEAU, J. J. Os devaneios do caminhante solitário. Tradução de Fúlvia Maria Luiza Moretto. Brasília: Ed. da UnB, 1986.

SOLNIT, R. A história do caminhar. Tradução de Maria do Carmo Zanini. São Paulo: Martins Fontes – selo Martins, 2016.




DOI: http://dx.doi.org/10.17851/2238-3824.28.2.211-235

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2023 Andressa Cristina de Oliveira, Thaís De Carvalho Eduardo

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.