Ralfo, cavaleiro urbano

Daiane Carneiro Pimentel

Resumo


RESUMO: A partir das considerações de Michel Foucault sobre a índole heterotópica da literatura, as quais contribuíram para a problematização de abordagens tradicionais da representação do espaço em textos narrativos, este artigo analisa como as cidades são exploradas em Confissões de Ralfo: uma autobiografia imaginária, de Sérgio Sant’Anna. Publicado em 1975, tal romance assume uma perspectiva crítica e irônica ao evidenciar o eufórico e contraditório impulso modernizante das grandes cidades, bem como a ordem política, econômica, social e cultural instaurada após o golpe militar. Ademais, a obra santanniana apresenta uma fragmentação que se revela compatível com os cenários urbanos pós-modernos nos quais circulam o protagonista Ralfo e outros personagens. Assim, o caos das ruas, em vez de ser concebido apenas como um ambiente onde as ações ocorrem, impacta a maneira como o texto é composto, o que torna Confissões de Ralfo um produtivo objeto de investigação das relações entre literatura, espaço urbano e pós-modernidade.

PALAVRAS-CHAVE: Espaço urbano; fragmentação; Sérgio Sant’Anna.


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DOI: http://dx.doi.org/10.17851/1982-0739.27.1.15-34

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Em Tese
ISSN 1415-594X (impressa) / ISSN 1982-0739 (eletrônica)


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